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sexta-feira, 20 de maio de 2011

Elizabeth Taylor - Uma colossal deusa pagã



Ela conquistou o Oscar por Butterfield 8
"Butterfield 8 foi a minha bíblia. Elizabeth não queria fazer esse filme. Odiou o papel durante toda sua vida. Mas Butterfield 8 significou tudo para mim como adolescente. O filme formou muitas das minhas ideias sobre a tradição pagã que nos chegou da Babilônia e sobreviveu à violenta investida cristã na Idade Média. A primeira vez que você a vê no filme, naquela combinação apertada, colada no corpo, é fascinante. O vestido jogado no chão, ela escova os dentes com uísque, vai para diante do espelho e escreve, raivosamente, "não estou à venda" com batom. Para mim ela representava o poder supremo da mulher sexual. Houve um grande ataque feminista contra o símbolo sexual de Hollywood como se fosse mero objeto, uma commodity, passivo diante do olhar masculino. Isso é estupidez. Em Butterfield 8 há uma cena no bar em que ela está usando um vestido preto e brigando com Laurence Harvey. Ele a agarra pelo braço e ela pisa no pé dele com o salto fino do sapato. É o macho versus a fêmea - um jogo feroz em pé de igualdade. Ele é forte, mas ela também é. Essa cena mostra o poder e a intensidade da heterossexualidade, com todas as suas tensões e conflitos. Mostra também quão terrível é o cinema de Hollywood atual - com seu sexo falso e manufaturado. Butterfield 8 crepita de erotismo por causa da distância psicológica e a atração animal entre o macho e a fêmea. O filme captura as complexidades e lutas da sexualidade - tudo isso foi perdido neste nosso período de mudança de gênero fácil. A era das grandes rainhas do cinema acabou. Sharon Stone teve seu momento estelar em Instinto Selvagem. Não só na famosa cena do interrogatório na delegacia de polícia, mas em todas as outras ela comandou o sexo e a câmera. Ali, tive um breve momento de esperança: será que o sexo finalmente voltou a Hollywood? Mas não, eles jamais apresentaram novamente alguma coisa boa como essa para Sharon Stone."

Camille Paglia

Vale a pena ler toda a entrevista em:

http://zelmar.blogspot.com/2011/04/camille-paglia-entrevista.html

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